sexta-feira, 9 de março de 2012

Novo projeto: CLACAST*


*Nome criado por Guilherme Rezende

Em breve o 35mm, em parceria com o Enquadrando & Andando, inaugurará o CLACAST. Um podcast totalmente voltado para a história e a linguagem do cinema.

Caso você não saiba o que é um podcast, este é um arquivo de áudio digital, gravado e editado, muitas vezes, como se fosse um programa de rádio.

A ideia surgiu da vontade de nós quatro (eu, Fábio Rangel, Daniel Cavalcanti e Guilherme Rezende) de montarmos um programa sobre cinema e como sou o único a estudar o tema, a produção de um material mais aprofundado seria impossível. Sendo assim, tirando partido da relação superficial de que cada um dos integrantes com o cinema, tivemos a ideia de usar o próprio podcast para alavancar nossos conhecimentos e envolvimento com a sétima arte. Desta maneira, poderíamos oferecer ao ouvinte a possibilidade de não só testemunhar, mas também de compartilhar e participar desta trajetória.

Imagino que seja uma forma leve e descontraída de ingressar neste mundo, pois nossa linguagem será simples e descompromissada buscando pelo menos iniciá-los, assim como os três outros integrantes, num novo entendimento desta arte.  

Encontrei muita dificuldade em determinar por qual momento da história o programa deveria começar, pois se fôssemos iniciá-lo nos tempos atuais, retrocedendo até os primórdios do cinema no final do século XIX, muitos filmes já teriam sido vistos pelos três e pelos ouvintes, enfraquecendo a surpresa. Além do mais, recuar ao longo da história dificultaria o entendimento do processo da transformação ocorrida. Contudo começar pelos filmes de D. W. Griffith na década de 1910, por exemplo, seria massacrante e cansativo para o público e para os outros participantes que ainda não estão devidamente envolvidos e acostumados com filmes diferentes do que vemos no mainstream.

Busquei então, um momento de profunda transformação no cinema americano, para que partíssemos dali até os filmes contemporâneos. E encontrei a década de 70, ou seja, a Nova Hollywood. Esta fora uma ruptura tão radical que os filmes pareciam desconectados com os das décadas anteriores, ou seja, perfeito para se começar o podcast.

Desta forma, sairemos do final dos anos sessenta, chegando até os filmes contemporâneos, mais precisamente até o ano de 2010. Após este intervalo, regressaremos para a década de 1910, o cinema em seus primórdios, e seguiremos até o final dos anos sessenta, totalizando cem anos de história cinematográfica. Trataremos exclusivamente do cinema norte americano, pois seria impraticável envolvermos também os filmes europeus e orientais. Estes, ficam para uma próxima vez.

Vocês já devem ter percebido que o projeto será MUITO longo e dependerá totalmente da boa vontade dos integrantes e, claro, dos ouvintes. Mas espero que seja divertido e, principalmente, informativo para qualquer pessoa que deseja dar seus primeiros passos.

O intervalo entre os podcasts ainda não está definido, já que o trabalho de pesquisa, gravação e edição será bastante demorado.

Aproveitarei para expor minhas impressões sobre os integrantes do CLACAST e falar um pouco sobre mim:

Rodrigo Carvalho (apresentador)

  Sou formado em Desenho Industrial - Programação Visual - e estou cursando pós graduação em Animação 3D. Bem verdade é que o 3D foi o caminho até o cinema como concepção profissional, pois este surgiu em minha vida quando fiz um curso de 3D Max pela Fundação Oswaldo Cruz - onde trabalhei como designer por quase 5 anos. Até então nem passava pela minha cabeça ingressar no mercado de animação digital, quanto mais o tridimensional.

Comecei estudando maquete eletrônica e rapidamente me vi buscando um curso que me auxiliasse em animação e modelagem de personagens, daí descobri a minha pós graduação. Nela, por meio dos primeiros módulos de teoria cinematográfica, aprofundei-me no estudo da linguagem e história do cinema, lendo livros de teóricos, nacionais e internacionais, da sétima arte. Sem dúvida, algo que me abriu totalmente o horizonte. Entretanto minha curiosidade em relação ao cinema como arte, veio anos antes.

Dois filmes foram determinantes para que despertasse em mim a vontade de vasculhar a história do cinema: O Plano Perfeito, filme de Spike Lee, lançado em 2006 e O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, lançado em 2008 (não tenho vergonha disso! rs). Lembro que após assistir O Plano Perfeito, eu e minha namorada Patrícia, permanecemos um bom tempo discutindo sua história, tínhamos a sensação de termos destrinchando completamente o filme. Li muitas críticas de site e revistas especializadas pelo simples fato de confirmar nossa interpretação "sensacional". Acabei criando o hábito de ler as críticas antes e depois de assistir aos filmes e por vezes encontrava alguma informação superficial sobre aspectos além do roteiro. Isso trouxe a curiosidade em desvendar estes aspectos, mas foi Cavaleiros das Trevas que me impulsionou definitivamente à descoberta do cinema. Assisti ao filme quatro vezes no cinema, fiquei alucinado com o que tinha visto, não só por ser fã do personagem Batman, mas pela intensidade com que a história fora contada. A sensação era de que havia visto o melhor filme da minha vida, algo natural para quem assistiu tão poucos filmes, mas automaticamente me incomodava o fato de não saber justificar o porque de ter gostado tanto dele, não enxergava os elementos além da história, apenas sentia-os. E foi por isso que resolvi encontrar listas dos grandes filmes do cinema. Passei a colecioná-los, a devorá-los, a ler toda e qualquer crítica e análise na internet. Eu estava totalmente enfeitiçado pelo que tinha descoberto. Antes tarde, do que nunca... rs

Daniel Cavalcanti

  Daniel tem 23 anos e faz faculdade de Geografia (?!). Percebo que, até então, seu envolvimento com o cinema era principalmente com grandes blockbusters, apesar de receber bem filmes mais profundos e complexos que chegavam até ele. É quem mais participa de meu blog e pra mim fica claro que, partindo dos meus textos, conseguiu extrapolá-los, melhorando muito sua leitura cinematográfica. Seu envolvimento com os filmes é mais racional do que emocional, acabando por manter certo distanciamento, que, consequentemente, o ajudará no avanço da "leitura" fílmica ao longo do CLACAST, ou seja, em absorver o filme além do roteiro (montagem, direção...). Entretanto terá que se esforçar para ultrapassar a barreira que este "distanciamento" causará, pois terá dificuldade em se envolver com vários filmes.

Fábio Rangel

  Fábio tem 25 anos e faz faculdade de Ciência da Computação (o mais próximo de algo artístico dos três...rs). Ele é o inverso total de Daniel, pois se envolve com extrema facilidade com os filmes, as vezes até demais. E a mesma capacidade que tem em se emocionar com qualquer melodrama, tem em se desinteressar e de desviar sua atenção. É uma característica interessante que o ajudará a se envolver com obras mais radicais, com uma linguagem mais sensorial. Entretanto, encontrará dificuldade em desenvolver a leitura dos aspectos técnicos, extra-roteiro, dos filmes. Ao contrário dos outros, já tem certo contato com filmes mais complexos de diretores conceituados e determinantes para a história do cinema, como Stanley Kubrick, Paul Thomas Anderson, Martin Scorsese, entre outros.

Guilherme Rezende

  Guilherme tem 28 anos e faz faculdade de Engenharia Química (eita...rs). Era, talvez, o mais distante da arte cinematográfica e o que menos acompanha o meu blog. Em contrapartida, não tem preconceito com filmes radicalmente diferentes dos que circulam nas salas de cinema. E acaba sendo exatamente o meio entre os integrantes, não sendo tão emocional quanto o Fábio, pois mantêm uma visão mais racional sobre os filmes, mas ainda assim conseguindo envolver-se com maior facilidade que o Daniel. Percebo que o simples fato dele estar acompanhando, corriqueiramente, as notícias e os filmes em cartaz, está alavancando seu gosto pelo cinema. Mas terá de buscar se esforçar ainda mais em busca de um maior envolvimento, possibilitando assim que o CLASCAT seja determinante para sua relação com a sétima arte.

Até breve!

  

6 comentários:

  1. hauhauahuahau
    Me sinto um rato de laboratório!
    Gostei muito do texto, eu realmente tenho dificuldade de pegar os aspectos técnicos.

    QUE SEJA INICIADO O EXPERIMENTO!

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  2. Estou bastante animado com as possibilidades... Vamo que vamo!

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  3. quase um big brother cinematográfico...

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  4. Vou pedir pro Paulo Ricardo fazer uma vinheta pro programa... rs

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  5. Uhul! Mal posso esperar por essa novidade!
    Também considero Cavaleiro das Trevas um dos melhores filmes que já vi (se não o melhor). Espero que vocês dediquem um cast exclusivo para ele.

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  6. Pode ter certeza que falaremos de Cavaleiro das Trevas, mas isso vai demorar... rs

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