domingo, 1 de julho de 2012

Crítica: Seven (1995)













Depois de um bom tempo revejo Se7en. Me pareceu mais pálido, mais enrijecido, menos provocante. Tudo continua ali, nada mudou. Mas talvez eu tenha mudado. 

Deve ser isso.

Entendo a pressão dos estúdios na busca cega por um produto mais agradável à todos. Mas porquê, Deus, a última fala de Somerset? 

"Concordo com a segunda parte"

O filme é bom, muito bom, não me entendam mal. Mas finalmente sinto profundamente que Se7en é Somerset,  apenas isso... 

Nos acomodamos com qualquer coisa, essa talvez seja nossa maior característica. Aquela que nos separou dos outros animais, que nos fez criar nossos próprios deuses. A chuva incessante, a decrepitude das paredes, o fedor das ruas, são apenas fatores condicionados e não condicionantes.  Não a toa Se7en nos apresenta um cenário apodrecido assim como seu protagonista, pois o que não é usado, apodrece. 

Somerset é um homem amargurado pelo pecado de sofrer por uma vida que não quis. Não há nada pior do que isso. Sua descrença com a sociedade é apenas mais uma de suas desculpas para justificar sua única escolha: viver a margem da própria vida. Ele questiona o fato dos companheiros estarem jogando poker ao invés de desfrutarem do conhecimento em abundância na biblioteca. E o que Somerset faz com esse conhecimento? Um homem que mal conhece um funcionário que aparenta estar anos no departamento - atentem-se para a forma como interage com o senhor que estar a raspar o adesivo da porta. Um homem entorpecido pelo barulho de um metrônomo que serve apenas como um disfarce ao som incômodo da vizinhança.


 Vejo em Somerset, a necessidade de ser resgatado. O jantar com David e Tracy é o único momento genuíno daquele cansado policial. A câmera que o isolara durante o jantar junta-o ao casal em meio a risada descontraída. Comemorei o fato de Somerset não ser apenas mais um personagem ranzinza ávido por estragar aquele momento. Não, Somerset não é assim, ele sabe que a vida oferece bons momentos. Não é cego, apenas nega-se a enxergar.   É emocionante o desabafo sobre seu passado, e ainda mais emocionante a possibilidade oferecida àquele velho homem de usar seu maior pecado como um conselho a Tracy. É o mais próximo que poderia chegar da felicidade, tenho certeza.  

E essa realidade flagrante em Somerset só é possível ser degustada porque há Morgan Freeman. Os diálogos ganham outra atmosfera com sua atuação. O silêncio comunica-se conosco de forma tão direta que nos sentimos presentes em suas emoções. Vejam o filme apenas para acompanhar os pequenos gestos de Freeman, não irão se arrepender. 

Ao final, com a queda de David, não restou à Somerset a força necessária para a mudança, ele está velho demais pra isso . Restou-lhe o entendimento de que seu companheiro perdeu tudo por apostar tudo. Diferentemente dele, que perdeu tudo sem ter apostado uma ficha sequer. Constatação óbvia, já que no jogo cria-se a chance de ganhar ao apostar.  



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Comunicado!

Saudações!

Como vocês devem ter percebido, o 35mm está parado. Estou passando por um momento conturbado, mas o principal motivo da inatividade é que estou desenvolvendo um layout para meu novo site.

Pretendo migrar o material do blog 35mm para um site com domínio próprio mais de acordo com a quantidade de material que pretendo postar.

Como ainda tenho que terminar o layout, esperar ele ser programado e produzir material novo, não sei exatemente quando o lançarei. 

Então é isso, grande abraço a todos e bons filmes!